Palavras do Senhor Patriarca, D. Manuel Clemente, dirigidas aos catequistas por ocasião do 90º aniversário do Secretariado Diocesano da Catequese de Lisboa
Aos/às catequistas do Patriarcado de Lisboa,
É com toda a estima que vos dirijo estas palavras no 90º aniversário da catequese diocesana organizada. Certamente, há muito que se dava catequese, nas famílias e nas paróquias, mas um organismo diocesano que generalizasse, sistematizasse e acompanhasse o ato catequético, comunidade a comunidade, começou então e foi alastrando pouco a pouco.
Evoco com memória agradecida quem levou por diante a iniciativa e a fez ainda mais indispensável para todos. Foi uma generosidade imensa que se desdobrou da cidade para o campo, das grandes para as mais pequenas paróquias e numa altura em que grande parte da população não sabia ler e os próprios suportes escritos eram poucos. Não foi por acaso que muita catequese era dada pelas "professoras de instrução primária", ligando escolaridade e catequese.
Como sabemos, só nos anos cinquenta apareceram os catecismos nacionais, naqueles quatro volumes que eu também segui na minha infância e ainda hoje recordo com saudade e convicção. Hoje as possibilidades são outras e a tecnologia disponível é imensa. Mas creio bem que o essencial e mais marcante continua idêntico. Refiro-me à qualidade humana e cristã de quem "dá" catequese, com disponibilidade, atenção e verdadeira estima por aqueles a quem se dirige. Assim aconteceu com o próprio Jesus, de quem os Evangelhos guardam certamente a palavra, mas integrada no todo da sua figura tão inolvidável e marcante.
Isto mesmo verifico e agradeço em tantos/as catequistas de hoje em dia e por isso os saúdo com muita amizade e gratidão!
+ Manuel Clemente
02 de fevereiro de 2022